A Polícia Civil divulgou nesta quinta-feira,
9, os resultados da operação "Avalanche" deflagrada na cidade de
Uruará, sudoeste do Pará, a cerca de mil quilômetros de Belém. Realizada pelas
Polícias Civil e Militar do Pará, sob coordenação da Delegacia de Repressão a
Roubos a Bancos (DRRB), vinculada à Divisão de Repressão ao Crime Organizado
(DRCO), a ação policial contou com apoio do Núcleo de Inteligência Policial
(NIP), do Grupo de Pronto Emprego (GPE), do Comando de Operações Especiais
(COE) da Polícia Militar e de policiais civis e militares da Superintendência
Regional de Altamira e da Delegacia de Uruará.
Francisco José do Nascimento |
Os agentes desarticularam e prenderam
uma quadrilha especializada em roubos contra instituições bancárias na
modalidade conhecida por "vapor" em que bandidos armados sitiam
cidades e fazem reféns na fuga após o assalto. Com os presos, dezenas de cartuchos,
uma arma de fogo e outros materiais usados nos crimes foram apreendidos. A
operação policial, explica o delegado Ivanildo Santos, diretor da DRCO, é
resultado de um plano de ação articulado pelo Sistema de Segurança Pública do
Pará, para prevenir e reprimir, de forma integrada, crimes praticados por
quadrilhas armadas contra instituições financeiras registrados, principalmente,
no interior do Estado.
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Gilmar dos Santos |
A ação policial foi deslanchada após
o Núcleo de Inteligência da Polícia Civil ter detectado movimentação suspeita de
"quadrilheiros" na região. A desarticulação do bando teve início após
a prisão de Paulo Henrique Moreira Pinto, natural e residente em Altamira. Ele
foi encontrado na Rodovia Transamazônica, zona rural de Uruará, no último dia
6. Paulo foi abordado pelos policiais após deixar o restante da quadrilha em um
acampamento próximo da cidade de Placas, na mesma região. O bando pretendia
assaltar a agência do Banco da Amazônia. Paulo Henrique dirigia um veículo
Voyage de placas JHW-1904, do Distrito Federal, de propriedade do policial
militar Gilmar Pinheiro dos Santos. Dentro do veículo, no momento da abordagem,
foram apreendidos dois estojos deflagrados de munição calibre 380. Diante
da prisão, as equipes policiais deslocaram-se até o acampamento da quadrilha onde
foram presos José da Silva Viana, conhecido por "Zezinho da Júlia" ou
"Zezinho do Curral"; Gilmar Pinheiro dos Santos (policial militar);
Eduardo (ou Antonio) Lopes da Silva, de apelido "Daniel Cabeça", e
Andreive Coelho Barros, de apelido "Cabeça" ou "Cabeção".
Havia um quinto integrante do bando, de nome Denício Gonçalves Queiroz, também
conhecido pelas alcunhas de "Barbudo", "Gaúcho",
"Fazendeiro", "Maurício" e "Wesley", que estava
fora do acampamento trafegando em um carro modelo Fiat Pálio, de placas
NOL-4564, de Manaus-AM.
Paulo Henrique Pinto |
PRISÕES E TROCA DE TIROS Durante a
abordagem ao acampamento da quadrilha, os policiais foram recebidos a tiros de
armas de fogo por parte dos bandidos. Ao revidar os disparos, os policiais
conseguiram fugir pelo meio da mata fechada, abandonando no local um rifle de
calibre 223; munições de calibre 556; 252 cartuchos intactos de calibre 12; uma
bússola; um casaco camuflado; uma corda de retinida; uma máscara tipo brucutu;
duas emulsões de explosivos e mantimentos para se manterem na mata fechada após
o crime.
Andreive Barros |
A ação
policial evitou a execução do plano criminoso da quadrilha que seria roubar a
agência do Banco da Amazônia do município de Placas. "É de
conhecimento das Polícias, que a quadrilha, além do armamento e munições apreendidos,
portava ainda quatro espingardas de calibre 12, um fuzil de calibre 556 e uma
pistola importada da fabricante Glock de calibre 380, armas que até o presente
momento não foram encontradas", explica o delegado. O policial civil
ressaltou que, durante a fuga, os bandidos tomaram de assalto um veículo de um
morador local, que por ali passava de madrugada, e se dispersaram na região,
"Integrantes do bando ficaram nas cidades de Uruará, Brasil Novo e
Altamira", apurou. Já no último dia 7, os policiais, apos a
identificação de todos integrantes da quadrilha, prenderam com apoio da
Corregedoria da Polícia Militar de Altamira, o policial militar Gilmar Pinheiro
dos Santos, no momento em que ele chegava em casa em Altamira.
Denício Queiróz - Morto no confronto |
Também foi preso Francisco José Moreira
do Nascimento, na noite do mesmo dia, em Uruará. Ele é responsável pelo apoio
logístico para a quadrilha em Uruará. Com ele, 28 munições de fuzil calibre .30
foram apreendidos. Na casa dele, uma pistola de calibre 380, com dois
carregadores e seis munições, também foram apreendidos.
Em continuação às investigações, por
volta de 23 horas do dia 7, Denício e "Daniel Cabeça" foram
localizados em um ramal que dá acesso ao rio Iriri, zona rural de Uruará, cerca
de 12 quilômetros da sede do município, em ação conjunta das Polícias Civil e
Militar, sob comando do delegado André Costa, titular da DRRB, e do capitão
Silvio, da Corregedoria da PM de Altamira. No momento da abordagem, houve troca
de tiros com os assaltantes em que Denício foi baleado.
Eduardo - Foragido |
Ele chegou a ser socorrido ao
hospital local, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. O comparsa dele,
"Daniel Cabeça" fugiu por dentro da mata. "Há indícios de que
os' integrantes da quadrilha sejam responsáveis por diversos assaltos também na
região do Baixo-Amazonas, como os roubos aos bancos de Rurópolis, Medicilândia,
Novo Repartimento e Pacajá ocorridos em 2011, bem como de outros roubos a
bancos ocorridos em outros Estados, como Amazonas, Bahia, Tocantins, Mato
Grosso e Maranhão", ressalta o delegado Ivanildo Santos. As buscas para
localizar e prender o restante da quadrilha permanecem como esforço conjunto
das Polícias Civil e Militar, em Uruará, junto com unidades do GPE e da COE e
ainda com apoio dos demais municípios da região, sob coordenação da
Superintendência da Polícia Civil de Altamira e Comando Regional da Polícia
Militar de Altamira. "Essas ações preventivas já estão sendo desenvolvidas
em outras regiões do Estado e novas operações semelhantes devem ocorrer em
breve", assegura o delegado.
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