Local ainda pouco explorado mantém natureza
preservada. Vida selvagem e formações rochosas atraem turistas e pesquisadores.
O município de Brasil Novo é conhecido
pelas cachoeiras, corredeiras, cavernas e grutas que atraem turistas em busca
de aventura em novos destinos. Pesquisadores também procuram o lugar, que ainda
mantém sua flora, fauna e formações rochosas preservadas da ação do homem.
A cidade se formou nas margens da BR-230,
mais conhecida como Transamazônica. Os viajantes que trafegam diariamente pela
rodovia, projetada na década de 1970 para integrar a região norte ao resto do
Brasil, não imaginam as belezas naturais que se escondem nas suas vicinais.
Cachoeira Planaltina: A cachoeira
Planaltina é uma das que mais se destacam na região graças às suas águas em tom
esverdeado, que descem em uma queda de cerca de 30 metros, formando um lago que
refresca os visitantes durante o verão amazônico. Para ter acesso à área, que
fica a 10 km da sede de Brasil Novo, é necessário seguir pela BR-230 e entrar
na vicinal 15. O tempo gasto para fazer o percurso é de 15 minutos e pode ser
feito com o auxílio de mototaxistas, que cobram R$ 30 por ida e volta.
“O lugar é maravilhoso! Um verdadeiro oásis
para quem anda na Transamazônica e se surpreende com a cachoeira, a água
limpinha e clara, o que não é comum na Amazônia, com seus rios de água turva”,
conta a administradora paraense Patrícia Parnov, de 26 anos, que fez o passeio
em maio deste ano, no intervalo de uma viagem a trabalho em Altamira. Ela diz
que chegou até o lugar por indicação de colegas e foi informada sobre a
natureza selvagem do lugar, o que atiçou ainda mais sua curiosidade.
Para controlar o acesso de visitantes e
manter o equilíbrio do ecossistema natural, há pouco tempo a área passou a ter
um administrador local, que cobra uma taxa de R$ 5 de entrada, usada para
subsidiar a infraestrutura rústica, como uma escada pela qual se pode chegar ao
topo da cachoeira e assim realizar esportes radicais, como o rapel.
A água do pequeno lago é ainda direcionada
para dois tanques, formando piscinas onde famílias, grupos de amigos e turistas
se divertem com tranquilidade principalmente durante as férias do mês de julho,
quando a incidência de chuvas na Amazônia é menor e a temperatura sobe.
Como não há venda de bebidas e comidas, a
prática do piquenique é comum, desde que todo o lixo produzido seja levado de
volta com as pessoas. Garrafas e copos de vidro também não são permitidos a fim de evitar acidentes e degradação
ambiental.
Cavernas: Quatro cavernas circundam a
cachoeira Planaltina e a maior delas possui 1.500 metros de comprimento na soma
de seus salões e túneis. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de
Espeleologia (SBE), ciência que estuda as cavernas e formações semelhantes, a
caverna Planaltina é considerada a maior
do Pará e a maior em arenito do país.
Suas galerias são um atrativo para quem
quer conhecer as formas de vida que habitam o lugar, como morcegos e aranhas,
por exemplo. As estruturas sinuosas que surgem no topo e se formaram ao longo
de milênios também chamam a atenção de exploradores e pesquisadores.
"Antes de nos aventurarmos em uma das
cavernas, eu e os amigos fomos avisamos de que estávamos entrando em terreno
quase selvagem e que por isso havia muitos animais. A gente só não contava com
um filhote de jacaré que surgiu de dentro de uma delas. O animal estava
tranquilo e nós saímos sem fazer alarde. Mas foi um susto e tanto!”, lembra a
administradora.
Para explorar a caverna com segurança, é
recomendável que se calce botas ou sapatos de solado aderente e vista roupas
leves. Lanterna e capacete também não podem faltar no passeio.
Para Patrícia, a experiência vivida em meio
à natureza foi o melhor souvenir da viagem. “Para quem vive o cotidiano urbano,
estressante, ter a chance de estar integrado à água, à terra, ao meio ambiente
ainda preservado é uma oportunidade única e gratificante. O passeio foi
inesquecível e com toda eu recomendo para quem quer sair da rotina”, completa.
G1
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