DEPUTADOS PODEM VIR A BELO MONTE VERIFICAR
IMPACTOS
Em audiência ontem na Comissão da Amazônia,
Integração Nacional e Desenvolvimento Regional na Câmara Federal, o deputado
Arnaldo Jordy (MD-PA) defendeu o requerimento proposto pelo presidente da
Comissão, deputado Jerônimo Goergen (PP/RS) que propõe a ida de uma comitiva de
parlamentares ao canteiro de obras onde está sendo erguida a hidrelétrica de
Belo Monte, às margens do rio Xingú, no Pará.A justificativa da visita dos
membros da Comissão seria a de finalidade verificar, in loco, o estágio atual
da obra e seu cronograma, assim como o impacto socioambiental da obra sobre a
população da região. Belo Monte foi planejada para gerar, no pico de sua
operação, de cerca de 11 mil megawatts de potência, o que fará dela a maior
usina hidrelétrica inteiramente brasileira.
Arnaldo Jordy, ao subscrever o
requerimento, disse que a visita a Belo Monte é de extrema importância, pois o
que está acontecendo em termos de impactos sejam ambientais, sociais e
econômicos, servirá para os demais projetos de hidrelétricas na Amazônia, que
segundo o parlamentar, são 12. Ainda segundo o deputado paraense, “é necessário
compatibilizar o atual modelo de construção de grandes obras na Amazônia, que
não beneficia a população local de maneira alguma e ainda é preterida em seus
interesses”.
Para ele, Belo Monte é um como um filme
visto há 30 anos, com a construção da represa de Tucuruí, também no Pará, onde
a energia gerada não rende para o Pará nem um centavo sequer, pois nas atuais
regras do ICMS para o setor elétrico, o imposto é revertido para o Estado
consumidor, completou Jordy.A controversa obra de Belo Monte, já foi alvo de
nada menos que 17 ações por parte do Ministério Público Federal no Pará, a
maioria por não cumprir os acordos de condicionantes estabelecidos quando da
assinatura dos contratos com as empreiteiras responsáveis pela obra, tais como
benefícios para educação, saúde, saneamento e segurança pública, que
minimizariam os impactos sociais de um fluxo migratório de mais de 40 mil
pessoas para os municípios da área de influência da construção em apenas oito
meses.
Somente 21,6% destas condicionantes teriam
sido cumpridas até o momento, segundo o MPF, o que está gerando insatisfação
nas populações locais e nativas, como os ribeirinhos e os indígenas, que só nas
últimas semanas invadiram e paralisaram Belo Monte por duas vezes. Segundo
Jordy, todos os indicadores de violência explodiram em Altamira, por conta do
contingente policial reduzido, que ainda por cima foi reduzido, como no caso da
Polícia Federal. O deputado sugeriu que sejam convidados para a visita, que
deve acontecer em meados de junho, representantes do Governo do Pará, do
Ministério Público, da Associação de Municípios e do Movimento Xingú Vivo.
ORM
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