Plano de recuperação apresentado prevê
investimentos entre R$ 700 milhões a R$ 1 bilhão
Agora é oficial. A Equatorial Energia
apresentou ontem ao governador do Pará, Simão Jatene, a proposta de aquisição
do controle da distribuidora de energia do Estado, Celpa. A empresa que faz
parte do Grupo Rede Energia está sob recuperação judicial desde fevereiro deste
ano.
O plano de recuperação apresentado nesta
segunda-feira, 2, prevê investimentos entre R$ 700 milhões a R$ 1 bilhão.
“Viemos num ato formal, para dar conhecimento ao governador que assinamos com o
grupo Rede Energia um documento de exclusividade para examinar a companhia
Celpa nos próximos 30 dias e apresentar uma proposta de compra da empresa para
tocá-la daqui para frente”, explicou o presidente da Equatorial, Firmino
Sampaio.
Segundo ele, o documento apresentado é
apenas o passo inicial, celebrado entre as duas partes, que agora depende da
negociação da dívida, que está sendo feita pelo administrador inicial. “Como
todos sabem, a Celpa está passando por um processo de recuperação judicial de
uma dívida que chega a R$ 3 bilhões. Se concluído com êxito esse processo, a
Equatorial pode fazer um aporte novo de capital para que a companhia possa ser
colocada e volte a oferecer os bons serviços que sempre prestou no Pará”.
A Equatorial já tem experiência na área de
controle de energia, com a Companhia Energética do Maranhão (Cemar). Há oito
anos, uma companhia de energia no Estado viveu uma situação semelhante à da
Celpa e foi recuperada pela empresa. “Conseguimos recuperar e transformar a
companhia do Maranhão em uma das mais bem avaliadas do país, disse Sampaio,
informando que este ano a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)
reconheceu a Cemar como uma das mais eficientes do Brasil em termos de
qualidade de serviço.
Dia 9 deste mês, haverá uma assembleia de
credores para aprovação do plano. Se não houver quorum, uma segunda e última
chamada está marcada para o dia 3 de agosto, data limite para a negociação.
“Todos os credores precisam participar desse processo, entre bancos,
fornecedores e prestadores de serviço. É uma tarefa difícil, mas necessária. O
momento agora é de prestar contas com as autoridades, e foi isso que viemos
fazer, até porque o apoio do governo é fundamental”, finalizou o presidente da
Equatorial.
A Celpa atende hoje mais de 7 milhões de
pessoas e é uma das distribuidoras de energia campeãs de queixas pela
precariedade dos serviços. A Eletrobrás detém 34% das ações, mas o governo
federal não acenou com a possibilidade de assumir a empresa que foi privatizada
em 1998.
Fonte: Diário do Pará
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